Editorial

A volta da velha política credencia Rodrigo Maia a tentar o Planalto em 2022

O resultado das eleições municipais deste ano, encerradas neste domingo (29) com o fim do segundo turno em algumas cidades do país, mostrou que a velha política tão condenada e absolvida pelo presidente Jair Bolsonaro está de volta. Prova maior disso é que o MDB, elegeu cinco prefeitos, o DEM, quatro e o PSDB também quatro, sendo as siglas que elegeram o maior número de prefeitos em capitais.

O DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi o partido que elegeu os prefeitos em capitais com grandes expressividade no cenário nacional:

  • Rafael Greca (DEM – PR), em Curitiba
  • Gean Loureiro (DEM – SC), em Florianópolis
  • Bruno Reis (DEM – BA), em Salvador
  • Eduardo Paes (DEM – RJ), no Rio de Janeiro

Em decorrência disso Rodrigo Maia saiu fortalecido destas eleições e é candidatíssimo ao cargo de presidente da República em 2022. Se já existia esta possibilidade, agora ficou mais evidente. Na entrevista que Eduardo Paes concedeu logo após o resultado do pleito e que o seu maior padrinho, Rodrigo Maia, estava presente, o próprio Maia escreveu ao celular passando para Paes depois, que Bruno Covas (PSDB) também tinha sido eleito prefeito de São Paulo, e sugeriu ao apadrinhado político parabenizá-lo. Rodrigo Maia fez escola com seu pai, o ex-prefeito do Rio, César Maia, e sabe que a hora é de começar a costurar alianças visando 2022. A sugestão para Eduardo Paes parabenizar o colega Bruno Covas não foi à toa. Uma dobradinha em 2022 saindo ele – Rodrigo Maia para presidente e Bruno Covas como seu vice, já deve passar pela imaginação do presidente da Câmara. O tucano Dória, governador de São Paulo que abra os olhos.

Plagiando a infeliz declaração de Jair Bolsonaro que disse certa vez que teve uma filha mulher por “fraquejada”, eu diria que a sua eleição foi uma “fraquejada” do eleitor brasileiro. E por que digo isso? Digo porque o MDB, de Michel Temer, o PSDB, de Aécio Neves, e o DEM de Rodrigo Maia prepararam o golpe contra a presidenta Dilma Ruosseff (PT) para que a velha política pudesse voltar ao poder. Ou seja, alijaram a esquerda, apoiaram Bolsonaro, e agora começa o processo de tirar o fascista do Planalto levando à ilusão do eleitor de que nem a esquerda presta nem o fascismo.

Fato é que a ex-presidenta Dilma Ruosseff foi alvo de um golpe em 2016, acusada de ter cometido as chamadas “pedaladas fiscais”. Naquele mesmo ano Dilma foi inocentada pelo Ministério Público Federal.

Em sua decisão, o procurador da República Ivan Cláudio Marx levantou suspeitas sobre “eventuais objetivos eleitorais” com as “pedaladas”.

Ainda em 2016, uma perícia realizada por técnicos do Senado entregue à comissão do impeachment destacou que ela [Dilma] não praticou as chamadas “pedaladas fiscais”.

Além do golpe contra Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não disputou a eleição de 2018, após ser condenado sem provas no processo do triplex em Guarujá (SP), acusado de ter recebido um apartamento como propina da OAS, mas nunca dormiu nem tinha a chave do imóvel.

A partir de junho de 2019 o site Intercept Brasil começou a divulgar reportagens comprovando diversas irregularidades da Lava Jato. De acordo com as publicações, Sérgio Moro, enquanto juiz da operação, agia como uma espécie de assistente de acusação. 

O próprio procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra Lula.

Sérgio Moro sugeriu trocar a ordem das fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram conversas privadas ao longo de dois anos reveladas pelo Interept Brasil.

Interessante observar que a defesa do ex-presidente ressalta que “em todos os processos em que Lula foi julgado fora da autointitulada ‘Lava Jato de Curitiba’ a acusação foi sumariamente rejeitada ou o ex-presidente foi absolvido, com trânsito em julgado”.

Daí fazer todo este relato para reafirmar que o eleitor brasileiro “fraquejou” ao eleger Jair Bolsonaro presidente da República e continua a “fraquejar” ao ir as urnas nestas eleições municipais e respaldar a “velha política”. Cuidado para em 2022 não sofrer um novo engodo eleitoral.

A conferir!

Foto reproduzida da Internet

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