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As estratégias certas e erradas dos candidatos a governador no RN, faltando menos de 30 dias para o pleito

por Carlos Alberto Barbosa

Faltando menos de trinda dias para o pleito – 7 de outubro – a campanha pra governador no Rio Grande do Norte vai entrando em sua reta final e o que se percebe é que os enredos das convenções estão se configurando. Dizia eu em Editorial no blogdobarbosa em 5 de agosto, dia em que foram realizadas as últimas convenções para efeito de homologação de candidaturas, que numa leitura rápida, poderia se dizer que a “coligação do Lado Certo (PT/PCdoB/PHS), que tem um perfil de esquerda, tendo como cabeça de chapa Fátima Bezerra (PT), como seu vice, o dirigente comunista Antenor Roberto (PCdoB), e como candidatos ao Senado o médico Alexandre Motta (PT) e também a médica Zenaide Maia (PHS), representava os anseios da classe trabalhadora, além de ter uma identificação ideológica.

Já a coligação “100% RN ”, encabeçada pelo ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), e que tem como vice o jovem Kadu Ciarlini (PP), filho da prefeita de Mossoró , Rosalba Ciarlini (PP), e como candidatos ao Senado, Garibaldi Alves Filho (MDB), que tentará a reeleição, e o pastor e deputado Antônio Jácome (Podemos), representa sem sombra de dúvidas as oligarquias que comandam a política do Rio Grande do Norte há décadas. Essa coligação, até pela sua configuração, tem um projeto de poder.

No que diz respeito a coligação “Trabalho e Superação” e que tem como candidato a governador o atual governador do estado, Robinson Faria (PSD), que tentará ser reeleito, o que predomina é a “força” empresarial, onde o próprio Robinson é do ramo salineiro, e o seu vice, empresário Tião Couto é do ramo petrolífero sendo sócio da EBS (Empresa Brasileira de Serviços de Perfuração), detendo um capital social estimado em R$ 32 milhões, segundo dados do TRE da última eleição, quando Couto concorreu a prefeito de Mossoró. A chapa encabeçada por Robinson Faria conta ainda com o único candidato ao Senado, Geraldo Melo (PSDB), que já foi usineiro. Não custa lembrar que Geraldo Melo foi gvernador do RN e deixou o cargo com um atraso de cinco meses nos salários do funcionalismo público.

Pois muito bem: a estratégia de Fátima de colar no nome de Lula, líder absoluto em todas as pesquisas de intenção de voto, embora preso político, deu certo. Além do que, Fátima tem ido aonde o povo está, diferente de seus adversários que fazem comícios e carreatas ou reuniões fechadas juntando cargos comissionados.

No caso de Carlos Eduardo Alves, por exemplo, até a prefeitura de Natal, cujo prefeito é seu aliado, Álvaro Dias (MDB), se estabeleceu horário corrido, até às 14h, para que os cargos em comissão pudessem participar das movimentações do candidato. Aliás, uma prática comum em ano de eleições que o Ministério Público Eleitoral já deveria ter atentado.

Fátima leva outra vantagem: além de líder em todas as pesquisas de intenção de voto, está próxima do povo percorrendo os quatro cantos do estado, e tem sempre ao seu lado os dois candidatos ao Senado, Alexandre Motta (PT) e Zenaide Maia (PHS). É uma campanha voltada para a coligação e não só para a candidata ao governo.

Seus adversários diretos, ao contrário, estão fazendo a campanha do salve-se quem puder. Carlos Eduardo Alves, um candidato pesado, está levando a que o primo, senador Garibaldi faça uma campanha pontual com o filho deputado federal, Walter Alves, também candidato a reeleição. Aqui e acolá estão no mesmo palanque que Carlos Alves principalmente no interior. O pastor Antônio Jácome, da mesma forma.

Robinson Faria isolou o único candidato ao Senado de sua coligação, o tucano Geraldo Melo, valorizando somente o seu candidato a vice, empresário Tião Couto. Isso tá patente nos releases de campanha da coligação “Trabalho e Superação”, onde nem o nome nem fotos de Geraldo Melo aparecem.

Erros cometidos em eleições passadas estão se repetindo e isso pode custar muito caro àqueles que, sequer, têm coragem de dizer que candidato apoia à Presidência da República, ao contrário de Fátima, que já bem antes da campanha defendia Lula livre, discurso esse que seus adversários criticavam, mas o resultado está aí.

Foto reproduzida da Internet

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