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Causos que marcaram os 13 anos do Blog: Crônica de uma despedida

É com profundo sentimento de saudosismo que escrevo essa crônica hoje. Falo da decisão dos Diários Associados em fazer com que o setentão Diário de Natal deixe de circular com o seu impresso. O veículo agora passa a ser somente online. É certo que o jornal vinha passando por uma crise, o que não é apenas exclusividade sua. Os grandes jornais em todo o mundo estão passando por este processo.

Lamento o ocorrido porque muitos colegas estão agora desempregados e pelo fato do jornal ter feito história no Rio Grande do Norte. Jornal esse onde o meu querido e velho pai – já falecido -, Francisco das Chagas Barbosa, um dia teve o prazer de fazer parte de sua direção. Foi diretor comercial do matutino, como bem lembrou o amigo e colega, Miranda Sá, pelo seu microblog (twitter), lá do Rio de Janeiro. Aliás, Miranda Sá fez parte dessa história. Eu, por sua vez, passei 15 anos no DN, tendo iniciado como repórter e chegado até a editor de Economia. Posso dizer com orgulho que fiz parte também dessa história.

Diário de Natal não só fez história, mas como também marcou a vida de muitos natalenses e norte-riograndenses. Lembro que quando o jornal passou a circular em tamanho tablóide – e aí já um sintoma da crise que começava a vivenciar – muitos leitores principalmente os mais antigos reclamaram. Preferiam lê-lo no tamanho tradicional, ou seja, standart. Esses “velhos” leitores têm uma identificação com o matutino. Conservam ainda a tradição. Penso que a não circulação do DN impresso será outro, digamos, baque para estes leitores acostumados a receber o jornal em casa logo as primeiras horas da manhã. 

A história de Natal e do Rio Grande do Norte está retratada nas páginas do setentão, que agora, sem redundância, está se repaginando. Ou melhor: está se adequando aos dias modernos. Virou objeto de leitura apenas na internet. Um setentão que por imposição da crise no mercado de impressos entrou na “vanguarda” dos jornais somente online. Isso, de certa forma, preocupa na medida em que, apesar do mundo se virar para a internet, com o mercado publicitário investindo maciçamente em online, em Natal e no RN o meio ainda não aposta. E todos sabemos que jornal vive de publicidade.

Diário de Natal fez escola no jornalismo potiguar. Jornalistas como Cassiano Arruda, Vicente Serejo, Albimar Furtado, Aluisio Lacerda, Miranda Sá, Ricardo Rosado, Emanoel Barreto, Rogério Cadengue, Ubirajara Macedo, Roberto Machado, Eneas Paiva, entre tantos outros os quais tive o prazer de trabalhar, passaram pela redação do setentão. Não posso esquecer, claro, de Luiz Maria Alves – já falecido – , superintendente do DN por muitos anos. Apesar de conservador, vestia a camisa do bom jornalismo.

O setentão impresso se vai, contudo ficará na memória do leitor norte-riograndense como aquele que marcou na história. Quem vivenciou o matutino como eu sabe  que o Diário de Natal, pode-se dizeré um patrimônio do jornalismo potiguar, e porque não dizer do povo do Rio Grande do Norte. E vivas ao Diário de Natal online!

Em tempo: Ainda em fevereiro noticiava no blog que representantes dos Diários Associados estavam em Natal para uma reunião com a direção do DN. Na pauta, medidas aústeras, inclusive, com o fim do impresso, o que foi desmentido pelo seu diretor, Deliomar Soares, em entrevista ao blog. Clique Aqui e Aqui para ler

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