Artigo

Colégio particular em Natal leva o preconceito ao extremo

por Carlos Alberto Barbosa

Esta não é a primeira vez que um colégio da rede privada em Natal leva o preconceito ou racismo ao extremo, motivos de grande repercussão nas redes sociais. Uma mãe do Colégio CEI, tempos atrás, “fantasiou” o filho de escravo negro para as comemorações do hallowem – Dia das Bruxas na escola. Agora, o Colégio Marista, que é católico, permite uma avaliação do oitavo ano do ensino fundamental com perguntas preconceituosas numa referência a policiais militares, o que gerou nova repercussão nas redes sociais.

Ao menos três questões retratam o policial com gravuras que ilustram até a cabeça de um porco cumprindo ordens de governantes. Ainda nas questões em destaque do colégio católico, as interpretações e opções disponíveis associam o policial no pior cenário possível, sugerindo abordagens violentas, e racismo. Um verdadeiro descaso com a categoria.

Não se pode e não se deve julgar uma categoria por alguns maus profissionais. Toda e qualquer categoria tem maus e bons profissionais. O que a avaliação do Colégio Marista fez é puro preconceito contra uma categoria que tem como missão proteger a sociedade. A nota emitida pelo Marista tenta justificar o ocorrido, mas não justifica. É preciso ter responsabilidade em suas avaliações, afinal de contas a instituição preparara cidadãos (ãs) para a vida. E se o colégio remete a indução ao adolescente de que policial é truculento, viril e agressivo, ele – o adolescente – já terá sua formação cidadã deturpada.

Trecho da nota do Colégio Marista diz que “não houve em momento algum, a intenção de desmerecer a profissão de policial, tão valorosa e importante para a nossa sociedade. Lamentamos ter causado qualquer situação constrangedora à categoria e outros”. Como não? O professor ou equipe que elaborou a prova deveria ter avaliado melhor as questões, tanto assim que a repercussão foi a pior possível.

A nota de repúdio da Associação dos Oficiais Militares do Rio Grande do Norte foi taxativa: A entidade externa toda sua indignação com os atos de calúnia e difamação praticados pelo Colégio Marista de Natal a partir de questões postas em provas aplicadas pela escola.

“Com grande irresponsabilidade e tendência ideológica, o referido colégio impôs aos alunos perguntas os induzindo a pensamentos que destoam, completamente, do trabalho desempenhado pelos militares.

Os operadores da segurança pública realizam fundamental trabalho em prol da sociedade, dos cidadãos e, sobretudo, em defesa da vida.

A postura do Colégio Marista de Natal choca e causa extrema revolta, essa instituição vai na contramão do processo democrático do país e (pior!) distorce a honrosa e digna profissão de militar.

Atitudes como dessa escola precisam ser coibidas ferozmente por toda sociedade, que é testemunha do destemido e importante trabalho dos operadores da segurança pública”.

Talvez e certamente isso seja um reflexo do momento crítico pelo o qual o país está passando no campo político-social, em que um governante defende o uso de armas pela sociedade com tendências ideológicas de extrema-direita.

Imagem reproduzida de grupos de WatSapp

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