Editorial

É proibido proibir

Quero continuar a ter o direito de protestar nas ruas, afinal ainda vivemos numa democracia. A liberdade de expressão está na Constituição Federal e usurpar esse direito é uma afronta a Carta Magna do país.

Digo isto porque a Folha divulgou que o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro não foi marcado só pela retórica do presidente e de seu entorno contra protestos de rua, mas também por uma avalanche de propostas no Congresso que fecham o cerco a manifestantes. Tramitam hoje na Câmara e no Senado ao menos 70 projetos de lei nessa direção. Destes, 21 foram apresentados em 2019. Até então, 2013 liderava o ranking de ano com mais proposições do tipo, com 12 projetos de lei.

Quero ter o direito de contestar o Governo, o Congresso, a Justiça, enfim, ter liberdade para me expressar como cidadão. Esse direito não me pode ser usurpado, como também a qualquer outro cidadão (ã) de bem que paga seus impostos e elege os nossos governantes e parlamentares. Como dizia o saudoso Ulysses Guimarães, político só tem medo do povo na rua, e certamente está aí a explicação para a explosão no número de projetos de lei que restringem o direito ao protesto.

Tá na hora do povo ocupar ruas e avenidas deste país varonil para protestar contra o fim do direito ao protesto, antes que seja tarde. É assim que começa uma ditadura. Aqui e acolá se ensaia a lei da chibata, só não enxerga quem não quer.

Outra: como cidadão e jornalista prezo pela liberdade de expressão e me indigna o fato de que querem usurpar esse direito de nós. Aliás, impor a subserviência ou o silêncio do jornalismo é parte essencial do plano de Bolsonaro.

A conferir!

Foto reproduzida da Internet

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