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Eleição em Portugal: Partido Socialista, o grande vencedor; direita tradicional, derrota retumbante

por Lúcia Rodrigues, no Blog Viomundo

O resultado das eleições legislativas deste domingo (6), para a Assembleia da República (o parlamento português) impôs uma derrota retumbante à direita tradicional portuguesa.

Partidos como o PSD (Partido Social Democrata) e CDS-PP (Centro Democrático Social – Partido Popular) encolheram e sofreram uma de suas piores derrotas. O CDS-PP perdeu 13 deputados e PSD, 12.

Em contrapartida a extrema-direita conseguiu eleger um deputado pela primeira vez na história de Portugal. André Ventura, o parlamentar eleito, nega que seu partido seja extremista, embora seu discurso prove o contrário.

No campo da esquerda, o grande vencedor do domingo foi o PS (Partido Socialista), que conseguiu eleger 106 deputados de um total de 230 parlamentares.

Com a vitória, o PS ampliou sua bancada no legislativo em 20 deputados em relação à eleição anterior.

Mas apesar da vitória expressiva, o Partido Socialista não obteve a maioria absoluta que lhe daria a prerrogativa de governar sozinho.

Se quiser dirigir o país, o partido terá de buscar composições na Assembleia da República.

O primeiro-ministro e dirigente do PS, Antonio Costa, afirmou em seu discurso na noite deste domingo (madrugada de segunda-feira, 7, em Portugal) que os portugueses aprovaram a Geringonça.

A Geringonça foi como a experiência de atuação dos partidos à esquerda (PCP, Bloco de Esquerda e PS) no Parlamento foi batizada pela mídia portuguesa.

Apesar de dizer que essa composição deve ser mantida, Costa diz que respeitará a decisão dos partidos que optarem por não continuar na Geringonça.

A fala é uma resposta ao secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que já deixou claro que o partido não pretende repetir a experiência da legislatura anterior.

De acordo com Jerónimo, o PCP não fará acordos formais com o PS. Para o partido, a condição que irá definir o apoio às medidas do governo socialista será a defesa por parte deste de projetos de interesse dos trabalhadores.

Em seu discurso, Costa deu sinais de que pretende ampliar a Geringonça para além dos partidos à esquerda.

E disse que irá procurar o PAN (Partido Animais e Pessoas), que ampliou a bancada na Assembleia da República de um para quatro parlamentares, e a Iniciativa Liberal, que chegou pela primeira vez ao Parlamento com um deputado.

A dirigente do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, manifestou o interesse do partido em compor o novo governo. Mas caso não se efetive uma aliança, o Bloco poderia, segundo ela, fazer acordos pontuais para votações na Assembleia da República.

Se a Geringonça original fosse mantida, o governo liderado pelo PS teria maioria folgada na Assembleia da República com 137 parlamentares. O Bloco elegeu 19 deputados e o PCP, 12.

Uma aliança com o PCP ou com o Bloco individualmente também dá maioria ao governo socialista no Parlamento, que necessita de apenas 116 votos para aprovar projetos.

A abstenção na eleição deste domingo registrada nas urnas ficou em 45,5%.

Outro partido novo que chegou pela primeira vez à Assembleia da República é o Livre, que elegeu uma representante.

PS/Portugal, via Fotos Públicas

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