Editorial

Estão querendo transformar a campanha no RN numa crônica policial de forma irresponsável

Lamentável ter que dizer isso, mas o governador do estado, Robinson Faria (PSD), candidato a reeleição, e agora a própria secretária estadual de Segurança Pública, Sheila Freitas, estão tentando dar veracidade e até credibilidade à suposta voz de um bandido que se utilizou de redes sociais, para tentar manchar a campanha da candidata do PT à sucessão estadual, Fátima Bezerra. Ou seja, a campanha para governador no Rio Grande do Norte foi transformada em crônica policial na medida que alguns blogs e até uma emissora de Rádio dão voz a um suposto bandido e o governador e sua secretária de Segurança corroboram com a irresponsabilidade.

E o pior é que a crônica policial foi institucionalizada, ecoando as falas de porta-vozes do governo que se utilizam de meios de comunicação para macular o nome de uma candidata que figura nas pesquisas de intenção de voto, em todos os institutos, sempre em primeiro lugar, até mesmo naqueles pagos por blogs e emissoras de Rádio que tentam criar um clima de terrorismo diante do eleitor, para ver se reverte o índice de rejeição do governo que já desponta para 80% e do candidato governista que atinge a quase 40%.

Nunca na história política do Rio Grande do Norte se viu situação tão deplorável, terrorismo, diria, do ponto de vista do acirramento político. Nem nos idos da década de 1960, quando o aluizismo e o dinartismo dividiam as paixões políticas se viu tamanho absurdo. Um governador candidato a reeleição institucionalizando a campanha com declarações estapafúrdias numa emissora de TV de grande audiência tentando, nas entrelinhas da entrevista, colocar que Fátima tem apoio de uma facção criminosa. Pra completar, a secretária de Segurança pública de seu governo vai também a uma emissora de Rádio dar credibilidade ao áudio que circula em redes sociais com a fala do dito líder da facção.

Tão logo tomei conhecimento, entrei em contato com o Ministério Público e encaminhei a Cibele Benevides, do MP Eleitoral, porque esta pessoa que está descrita nesse áudio é um preso muito conhecido. Já o prendi diversas vezes. Eu reconheci a voz dele, reconheço a voz dele naquele áudio. Se o áudio é verdadeiro ou não tem que ser investigado. Ele está preso. Gravem um áudio e comparem. Pra mim, aquela voz é de Colorau. Para quem conhece, para os agentes e policiais que trabalharam e conhecem o Colorau e ouviu aquela voz, reconhece como a voz dele”, disse a delegada.

O trecho da fala acima é da secretária de Segurança. Observe, caro leitor, que nem ela tem certeza de que a voz é do tal marginal quando diz claramente que “Se o áudio é verdadeiro ou não tem que ser investigado”.

A pergunta que se faz necessária: e por que a secretária de Segurança Pública, Sheila Freitas, até pelo cargo que ocupa, de alta “responsabilidade”, não procurou checar antes de dar uma entrevista se o áudio tinha veracidade? Por que como secretária de Segurança Pública, Sheila Freitas, não mandou investigar?

Está na hora do Ministério Público Eleitoral entrar em ação e penalizar quem está tentando transformar a campanha eleitoral em uma crônica policial com ares de institucionalização, porque estão dando voz a bandido ao invés de se discutir propostas, é isso que interessa ao eleitor.

A conferir!

 

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