Artigo

Lamentável que estejam transformando a Covid-19 num palanque político. Esqueceram o fio de nylon

por Carlos Alberto Barbosa

Com todo o respeito a prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini, médica e que já foi governadora do Rio Grande do Norte, e que, portanto, é sabedora dos problemas enfrentados pela saúde pública, ela queira transformar a pandemia da Covid-19 num palanque político-eleitoral com vistas, certamente, a próxima eleição.

Não só isso, Rosalba Ciarlini está usando parte da imprensa mossoroense para tentar desqualificar o trabalho que o governo do estado vem realizando no município para o combate a pandemia, lembrando que Mossoró é hoje o município do Rio Grande do Norte que apresenta o maior número de casos de pessoas que contraíram o coronavírus, se tornando o epicentro da pandemia no estado. Isso por si só já justificaria a união de esforços entre a prefeitura mossoroense e o governo do estado para combater o inimigo comum, o que por parte da prefeita Rosalba Ciarlini parece não interessa.

É lamentável que ao invés da prefeita Rosalba Ciarlini querer se juntar à luta junto a governadora Fátima Bezerra, como tem feito o prefeito de Natal, Álvaro Dias – há de se ressaltar isso – esteja se aproveitando de uma situação de calamidade pública na saúde visando dividendos eleitorais.

A hora é de somar esforços e não de dividir, afinal, está em jogo a saúde da população e nesta “guerra” não temos ganhadores nem perdedores, é uma luta única contra um inimigo invisível que tem causado mortes em todo o Mundo. Portanto, não vamos transformar uma luta que não pertence ao governo do estado ou a prefeitura de Mossoró numa disputa eleitoral, porque quem paga a conta no final é o povo.

Rosalba Ciarlini, como médica, deveria sim está preocupada com a situação e não querer tirar partido político do cenário que cada vez mais se apresenta preocupante. Para se ter uma ideia melhor da situação, a incidência da Covid-19 é de 38.1 por cada 100 mil habitantes em Mossoró. A taxa é bem superior a do Rio Grande do Norte, que é de 23,7 por cada 100 mil habitantes.

Rosalba Ciarlini também é sabedora, ou deveria ser, de que montar leitos de hospitais não se faz da noite para o dia, ainda mais numa situação emergencial como esta que o Mundo vive onde todos, absolutamente todos os países estão com problemas, por exemplo de respiradores. E UTIs exigem respiradores. A rede estadual de saúde pública possui 33 respiradores e o governo do estado vem atuando incessantemente pra adquirir novos equipamentos especialmente para que possam auxiliar na abertura dos novos leitos.

Por meio do Consórcio Nordeste, criado por governadores da região, foram adquiridos 30 respiradores que têm previsão – eu disse previsão – para chegar nos próximos dias. Existem também 15 respiradores em conserto e que, segundo a empresa responsável pela recuperação dos equipamentos está sendo aguardada a chegada de peças que virão da China.

Ainda há um processo em tramitação para aquisição de 115 respiradores e que o governo está dando celeridade, ressaltando que há dificuldades em encontrar respiradores a venda, porque, como já disse, há uma disputa em todo o Mundo.

A prefeita Rosalba Ciarlini, deve saber também, que recentemente foram adquiridos pelo governo do estado 14 novos respiradores que acabaram sendo requisitados pelo Ministério da Saúde, obrigando o governo do estado a entrar com recurso e a 1ª Vara Federal determinou que a empresa entregasse os respiradores a quem de direito, no caso ao governo do Rio Grande do Norte. Entretanto o governo Bolsonaro recorreu e a decisão foi suspensa.

Talvez se o Hospital da Mulher, tão prometido ao povo de Mossoró quando Rosalba Ciarlini foi governadora do Rio Grande do Norte, já estivesse pronto e funcionando, o município administrado por ela não estivesse na situação em que está. Ao menos amenizaria a situação de leitos com respiradores.

Aliás, a bem da verdade, com todos os problemas enfrentados na saúde pública no governo Fátima, problemas estes herdados de governos anteriores, inclusive, os de Rosalba Ciarlini, não custa ressaltar que foi na sua gestão como governadora que um médico – Jean Carlo Cavalcanti – denunciou à imprensa nacional o desabastecimento de insumos no maior hospital da rede pública, o Walfredo Gurgel – levando o profissional a terminar uma cirurgia torácica com fio de nylon . A cirurgia foi gravada em vídeo pelo cirurgião que à época era também presidente do Conselho Regional de Medicina do estado. No vídeo, ele reclamava da falta de fio de aço.

Como se observa, saúde não pode e não deve ser transformada em moeda politica-eleitoral, até porque recursos para comprar um fio de aço e não se usar um fio de nylon para uma cirurgia, não pode ser jamais comparado a compra de respiradores num momento de emergência como este em que todo o Mundo está na disputa, mesmo aqueles países, estados ou cidades tendo dinheiro pra comprar os equipamentos. E só se pode instalar leitos de UTI Covid-19 com respiradores, obviamente.

Share Button

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com