Editorial

Maia prevarica ao deixar de analisar pedidos de impeachment contra Bolsonaro

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem que acabar com a retórica do discurso nas críticas a Jair Bolsonaro e partir para a prática e começar a analisar os mais de 50 pedidos de impeachment contra o presidente da República.

Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro estão cometendo crimes contra a Nação. O primeiro por prevaricar e engavetar os pedidos de impedimento do presidente da República. O segundo, por razões óbvias que todos já conhecem. Um dos crimes cometidos por Jair Bolsonaro é o de agir de forma totalmente irresponsável diante da pandemia. É impossível imaginar o que falta ainda para a única providência que salve vidas da sanha mortífera de Jair Bolsonaro, ou seja, a vacinação em massa do povo brasileiro.

Contudo, a sanha mortífera de Jair Bolsonaro não fica só aí. Um presidente da República que tem como ídolo o coronel Brilhante Ustra, maior torturador da ditadura militar, e faz questão de alardear isso, uma verdadeira apologia a tortura, e que quer solapar as instituições democráticas em nome de um populismo autoritário cujo objetivo claro é destruir a democracia não pode mais permanecer como presidente do Brasil. A ameaça antidemocrática tem sido constante e será contínua nos próximos dois anos se nada for feito para detê-lo.

A responsabilidade maior recai agora sobre os ombros do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, que tem até fevereiro, antes de deixar a presidência da Casa, para colocar na pauta ao menos um dos pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

Conhecido como “engavetador” – Rodrigo Maia engavetou 25 pedidos de impeachment protocolados na Câmara contra o então presidente Michel Temer (PMDB) – agora, já são mais de 50 pedidos de impeachment contra Bolsonaro sobre a mesa e ao que parece está contando com a cumplicidade do presidente da Câmara.

Como bem disse o jornalista Jânio de Freitas em artigo publicado em dezembro na Folha, Rodrigo Maia age com “nítido abuso de poder, nessa recusa a priori. É dever do presidente da Câmara o exame de tais requerimentos, daí resultando o envio justificado para arquivamento ou para discussão em comissões técnicas. Rodrigo Maia jamais explicou sua atitude”, escreveu Freitas.

O fato é que Rodrigo Maia está perdendo o bonde da história e poderá sair da presidência da Câmara com a pecha de “engavetador”, o que poderá certamente frustrar seus planos de chegar à Presidência da República em 2022.

Um fato curioso é que em seu livro-bomba “Tchau Querida, o Diário do Impeachment”, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ), que está preso, afirma que Rodrigo Maia, hoje na Presidência da Câmara , “era um personagem desesperado pelos holofotes do impeachment de Dilma”.

De acordo com o livro, Maia queria a relatoria da Comissão Especial do Impeachment, mas o emedebista vetou por acreditar que ele não teria forças para a tarefa.

Ou seja, contra o PT tudo, contra o fascismo de Bolsonaro e o golpismo de Temer, nada!

Foto reproduzida da Internet

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