Geral, O Baú de um Repórter

O Baú de um Repórter

Vasculhando os meus afarrapos de repórter lembrei-me de uma história que ocorreu comigo quando trabalhava na Redação do Diário de Natal. Era repórter de Política na época. Vamos ao fato:

Quando escrevi a matéria nas escadarias da Assembléia Legislativa

Cobria a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte como repórter setorista. Como as sessões são sempre à tarde e normalmente acaba por volta das 18h, nesse dia o carro da reportagem demorou a chegar. Como eu saía com os repórteres de Cidades e ficava na Assembléia Legislativa, era de praxe que o motorista fosse me pegar por último, após pegar todos os repórteres. Sempre por volta das 18h o motorista ia me pegar, exceto quando a sessão se prolongava um pouco mais aí eu ligava pra redação.

A sessão tinha acabado eram quase 18h. Como de costume fui esperar o carro da reportagem na frente da Assembléia. O tempo passava e nada do motorista aparecer. Liguei pra Redação e informaram que o motorista já tinha saído pra ir me pegar. Que nada! Os minutos passavam e nada do motorista aparecer. Foi então que pensei em adiantar o material. Peguei a minha caderneta de anotações  e comecei a escrever. Com o lead já na cabeça comecei a produzir o que seria a primeira matéria de uma série de três que tinha pra escrever. Terminei o texto e nada do motorista. Liguei novamente pra Redação. E me pediram pra aguardar.

Quando já estava pensando em fazer o segundo texto aparece o motorita. Não o que havia me deixado na Assembléia, mas outro. Indaguei o que tinha ocorrido, pois desde às 18h estava aguardando o carro. O morotista me respondeu que o seu colega havia esquecido que tinha que me pegar. Esse que foi me apanhar era o motorista da noite.

Resultado. Quando cheguei na Redação já tinha uma matéria feita só faltava escrever na máquina. Nessa época ainda não tinha computador era tudo na velha Olivetti. As outras duas também já tinha o lead na cebeça, o que de certa forma fez com que não prejudicasse o deadline do jornal, previsto para às 19h. A partir desse dia sempre que o carro atrasava para me pegar na Assembléia comecei a adiantar o material escrevendo na caderneta de anotações. Como costumava colocar um asterisco naquilo que considerava mais importante na fala do entrevistado, ficava fácil de identificar o lead e desenvolver o restante do texto. Aliás, coisa que faço até hoje como repórter.

Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste escriba é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palavra-chave tipo Baú.

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