Editorial

O eleitor conservador deu uma sobrevida a Bolsonaro

As urnas eletrônicas que Jair Messias Bolsonaro (PL) tanto abomina, deram, através dos eleitores conservadores, sobretudo da região Sudeste onde estão concentrados os maiores colégios eleitorais do país, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, uma sobrevida ao presidente-candidato a reeleição. Mas, salvo o Nordeste, que deu maioria a Lula, o restante do país respaldou o conservadorismo de ultra-direita.

O eleitor bolsonarista foi as urnas com força para evitar que Lula ganhasse a eleição já em turno único. Para se ter uma ideia, a votação ocorreu em meio a uma diminuição nos votos brancos e nulos que atingiu, neste ano, o menor percentual desde 1994: 4,41%.

Apesar da vitória em primeiro turno, o número de votos obtidos pelo ex-presidente Lula na eleição de domingo (2) foi insuficiente para evitar a disputa em segundo turno. Contudo o petista teve o melhor desempenho da história de um candidato em primeiro turno: foram mais de 57 milhões de votos, sobretudo dos nordestinos.

Em relação a 2018, quando o candidato do PT era Fernando Haddad, Lula aumentou os votos do partido em mais de 25 milhões. O ex-ministro da Educação, que tenta se eleger governador de São Paulo – vai ao segundo turno com Tarcísio Freitas (Republicanos) – teve 31,3 milhões de votos na eleição passada quando disputou à Presidência da República, ante 57 milhões de Lula neste ano.

A bem da verdade, o ultradireitista Jair Bolsonaro alcançou seu objetivo, ou seja, disputar o segundo turno com Lula. Ganhador no Parlamento, digamos assim, elegendo 15 senadores com o seu DNA, entre eles Rogério Marinho (PL-RN), General Mourão (Republicanos-RS), Sergio Moro (União Brasil-PR), Damares Alves (Republicanos-DF) e o astronauta Marcos Pontes (PL-SP), todos os citados ex-ministros do governo bolsonarista, além de eleger governadores que apoia, Bolsonaro de certa forma saiu fortalecido para o embate com Lula num segundo momento.

Mas, há de se ressaltar, que Lula, ex-preso político alijado do processo eleitoral passado pelo ex-juiz Sérgio Moro, que o condenou sem provas para evitar sua possível eleição em 2018, também tem seus méritos nessa sua vitória pessoal quando obteve 57 milhões de votos contra os 51 milhões de votos de Bolsonaro, o que pode ser decisivo na reta final. Lula já leva a vantagem de sair na frente no segundo turno. Agora é trabalhar para aumentar a diferença.

A conferir!

Imagens reproduzidas da Internet

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