Artigo

O jogo de cartas marcadas na Assembleia Legislativa do RN

Damas de Espada e Canastra Real. Quem tem a carta na manga? Pelo jeito a Assembleia Legislativa virou um verdadeiro cassino onde o jogo de cartas é o predileto dos nossos parlamentares, não todos, é claro. Ainda ontem o Ministério Público deflagrou a Operação Canastra Real, onde o objetivo é apurar o desvio de pelo menos R$ 2,4 milhões em um esquema envolvendo servidores fantasmas na Assembleia Legislativa.

Ao todo, foram cumpridos 6 mandados de prisão e outros 23, de busca e apreensão. Segundo as investigações, o esquema fraudulento foi iniciado em 2015 e tem como principal integrante a chefe de Gabinete da Presidência da Assembleia Legislativa, Ana Augusta Simas Aranha Teixeira de Carvalho. Para o MPRN, Ana Augusta ocupa posição de controle ao indicar pessoas para ocupar cargos na Casa. A Canastra Real bateu a porta da presidência da Casa na medida em que foram presas pessoas ligadas ao presidente da Alern, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB).

Os crimes investigados na operação Canastra Real se assemelham aos apurados na operação Dama de Espadas, deflagrada pelo MPRN em 2015. Na Dama de Espadas, havia a inserção de servidores fantasmas na folha de pagamento da Casa Legislativa, seguida da expedição de “cheques salários” em nome dos servidores, sendo sacados por terceiros não beneficiários, com irregularidades na cadeia do endosso ou com referências a procurações inexistentes ou não averbadas na ficha cadastral bancária do cliente.
Não custa lembrar que na Dama de Espadas quem era o presidente da Assembleia era o hoje governador Robinson Faria (PSD), candidato a reeleição e que a procuradora-geral da Casa, Rita das Mercês, afirmou ao Ministério Público Federal que Robinson Faria (PSD) embolsava cerca de R$ 100 mil por mês, entre 2006 e 2010, através da contratação de servidores fantasmas na Alern. A denúncia foi feita em acordo de delação premiada com o MPF. As informações constam na decisão do ministro Raul Araújo, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a qual teve acesso a repórter Camila Bomfim, da TV Globo, em agosto do ano passado.
Em nota, na época, o governador Robinson Faria negou veementemente a prática de qualquer irregularidade durante seu mandato de deputado estadual, encerrado em 2010, e reforça que sempre esteve à disposição para prestar qualquer esclarecimento.
Imagem reproduzida da Internet
Share Button

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com