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O maior combate do boxe completa 45 anos, por Luís Nassif

A história do boxe está repleta de combates históricos, desde os de Jack Dempsey contra Finnigan, Sugar Ray Robinson contra Jack La Motta, La Motta contra Marcel Cerdin, Joe Louis contra Max Baer. Uma das características do combate épico é o equilíbrio, a imprevisibilidade, o fato de se saber que qualquer um poderá cair na lona a qualquer momento.

Durante longos anos, por exemplo, o peso médio argentino Carlos Monzon -o maior da história, na sua categoria-, com seu corpo esguio, magro até, a maneira de jogar o tronco para trás para se desviar dos golpes dos adversários, foi previsível: vencia todas, como quem vai a um passeio, do mito italiano Nino Benvenutti ao extraordinário cubano-mexicano José “Mantequila” Nápoles.

Épicos mesmo, pelo equilíbrio de forças, foram seus combates contra o talentosíssimo colombiano Rodrigo Valdez, que fez carreira invicta como a dele.

Épico também foi o combate entre o nicaraguense Aléxis Argüelo e o negro americano Ray “Boom Boom” Mancini, outra máquina de bater. Argüelo dominou até o penúltimo assalto, dando um dos maiores shows de boxe da história. Bastou um soco bem colocado do americano para ele vacilar e ser demolido por uma saraivada de golpes.

Mas o maior épico da história do boxe foi Muhammad Ali, especialmente quando voltou da suspensão a que foi submetido por ter se recusado a lutar no Vietnã. E digo especialmente não porque ele tenha voltado melhor. Voltou pior.

Mais pesado, menos efetivo nos seus golpes, ainda ostentando “jabs” fortes, mas sem a leveza dos primeiros tempos, e sem aqueles golpes que, aparentemente sem forças, destruíam animais como Sonny Liston. E talvez no período em que vicejou o mais forte conjunto de pesos pesados da história.

Voltou, foi derrotado por Joe Frazier em uma luta histórica, na qual foi à lona do penúltimo assalto. Antes da revanche, Frazier foi demolido por George Foreman -provavelmente o mais forte lutador de todos os tempos-, com um murro no estômago no terceiro assalto que o levantou do tablado como a uma boneca de pano.

Para recuperar o título mundial, Ali tinha que enfrentar Foreman, e o significado dessa luta transcendeu o tablado. Foreman era o oposto de Ali. Era o representante típico do establishment norte-americano, certinho fora de quadra, um animal de ferocidade dentro. Tinha sido o negro que se enrolara na bandeira dos EUA na Olimpíada, enquanto outros atletas negros protestavam contra o racismo e a guerra.

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