Editorial

“Operação Tabajara” ou “Operação Alvorada”? Uma ou outra continua em marcha

O jornalista e escritor Florestan Fernandes Júnior, Diretor de Redação do Brasil 247, fez uma revelação, reproduzida, inclusive aqui no blog, – clique aqui para conferir – em que afirma que Leonardo Caldas, jornalista que assina a matéria da Veja, que reporta a denúncia do senador bolsonarista Marcos Val, sobre um plano conspiratório discutido dentro do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, em dezembro do ano passado, com a participação do próprio Jair Bolsonaro, ainda na condição de presidente, e do ex-deputado federal Daniel Silveira, que já está preso, ocupou cargo no gabinete do senador. “Isso é eticamente questionável”, afirma o jornalista. Florestan Fernandes diz ainda que, ao contrário do que muitos pensam, a “Operação Tabajara” continua em marcha.

A denúncia do senador Marcos Val, através de uma reportagem de um jornalista que já trabalhou pra ele em seu gabinete, é apenas um “balão de ensaio”. Na verdade a operação deveria ter o nome de “Operação Alvorada”, pois que foi tramada dentro da residência oficial da Presidência da República.

No entendimento do blog, pouco importa se Jair Bolsonaro falou ou apenas ouviu a conversa na reunião conspiratória tramada nas dependências do Alvorada. Ter participado da reunião é o bastante para incriminá-lo. Um presidente da República que participa de uma reunião conspiratória na própria residência oficial comete crime grave. Fato!

Segundo o senador bolsonarista, Bolsonaro presenciou a reunião onde Daniel Silveira teria pedido a ele – Marcos Do Val – para grampear o ministro Alexandre de Moraes. O intuito era obter alguma conversa constrangedora e usá-la para anular as eleições de 2022. Um golpe!

Portanto, não há dúvidas que várias tentativas de golpes foram tramadas antes e depois das eleições presidenciais com as digitais de Jair Bolsonaro.

O advogado criminalista Bruno Salles fez, em sua conta no Twitter, algumas enumerações que caracterizam os diversos planos para um golpe de Estado com a participação direta ou indireta de Bolsonaso. Veja seguir:

Bolsonaro passa seu governo inteiro contestando, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas. Ele diz que ganhou no primeiro turno em 2018 (nunca apresentou nada nesse sentido).

Ele inventou a farsa do IP da PF da invasão do TSE. O IP existe, mas a invasão não ocorreu na parte de processamento das eleições, mas na área administrativa (caixas de e-mails e outros documentos).

No 7 de setembro de 2021 ele chamou as eleições de farsa. Disse que só sairia da Presidência preso ou morto. Xingou Alexandre de Moraes de canalha e insuflou o desrespeito às decisões do STF.

Em novembro do ano passado ele perde as eleições. Fanáticos tentam fechar estradas com a leniência da PRF, órgão executivo sob comando do Min. Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres. A normalização só vem após decisão do STF.

Fanáticos bolsonaristas passam a acampar na frente de quartéis pedindo uma intervenção militar, ou seja, golpe de estado. Todos ali conspiravam por um crime contra o estado democrático de direito. Bolsonaro, como chefe do executivo, nada faz.

Bolsonaro leva dias para se manifestar e quando se manifesta não reconhece o resultado das eleições, mas apenas pede calma a seus eleitores fanatizados.

No dia da diplomação de Lula, terroristas criam um caos em Brasília, colocando fogo em carros e bloqueando vias. É uma ação claramente orquestrada.

A minuta que é encontrada na casa de Anderson Torres tenta anular, justamente, a diplomação de Lula. Trata-se de um texto tosco, medíocre, mas alinhado com os fatos que vimos.

Bolsonaro deixa o Brasil antes do final de seu Governo. Lula toma posse, mas uma semana depois, ocorre a invasão da esplanada dos ministérios, o dia da infâmia.

Todos os elementos colhidos apontam para ações comissivas e omissivas de Anderson Torres, como Secretário do DF, que permitiram as invasões. Diminuição do contingente de segurança, ausência de bloqueios, desmonte de equipe.

Anderson Torres viaja para os EUA antes da invasão. No sábado anterior ao dia da infâmia, ele se encontra com Bolsonaro na Flórida.

O Senador Marcos do Val diz em entrevista que foi convidado a participar de uma conspiração que tinha o objetivo de questionar o resultado das eleições. Para isso precisavam de um estopim e por isso Bolsonaro e Daniel Silveira o procuraram.

Do Val retrocede depois e diz que Bolsonaro só ouviu e não disse nada. Mas ainda assim, o que ele ouviu foi o troglodita pedindo ao Senador que gravasse Alexandre de Moraes, para comprometer o resultado das eleições.

Aqui pouco importa se falou ou só ouviu. O simples fato de presenciar uma conspiração para um golpe de Estado e nada fazer, já é comprometedor o bastante.

Em síntese, que houve uma tentativa de golpe no Brasil, isso já estamos carecas de saber. A questão é que esse golpe está cada vez mais documentado e evidenciado. E as evidências apontam diretamente para Bolsonaro e Anderson Torres.

Foto reproduzida da Internet

Share Button

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com