Editorial

Os poderosos não conseguiram deter a primavera que brotou cravos vermelhos

A vitória de Lula na disputa presidencial sobre Bolsonaro no domingo (30), tem uma simbologia muito maior do que uma vitória política da esquerda sobre a extrema direita. Foi a vitória sem sombra de dúvidas da esperança sobre o ódio. A vitória dos valores contra a xenofobia, contra a misoginia – ódio às mulheres – contra o homofobismo, e contra o racismo e o preconceito.

Não tenhamos dúvidas de que o maior vencedor desta eleição foi a democracia, “alvo de ataques desde que Jair Bolsonaro chegou ao poder” como bem disse o jornalista Bernardo Mello Franco, em O Globo.

Aliás, a vitória de Lula sobre Bolsonaro é o pagamento de uma dívida que o povo brasileiro tem com o petista, preso injustamente por um ex-juiz parcial, Sergio Moro, hoje eleito deputado federal pelo Parará e que apoiou Bolsonaro no segundo turno, dando uma prova cabal do porquê ter feito Lula preso político nas eleições de 2018, ou seja, alijou o ex-presidente do processo eleitoral porque sabia que venceria a eleição. A resposta veio nas urnas neste domingo.

Reporto-me ao discurso de Lula antes de se entregar à Polícia Federal na frente do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo quando afirmou: ” os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira”, frase atribuída ao escritor Pablo Neruda e ao guerrilheiro Che Guevara. Clique aqui para ler editorial publicado aqui no blog em abril de 2018 quando Lula virou preso político.

De fato os poderosos de plantão não conseguiram deter a primavera por inteiro. Lula provou a sua inocência, recuperou seus direitos políticos e transformou sua campanha e eleição numa primavera com muitos cravos vermelhos.

Muitos dirão que o resultado da eleição foi apertado, uma diferença de apenas 2,1 milhões de votos a mais pró-Lula. Contudo, há de se dizer que Bolsonaro aparelhou o Estado e usou a máquina com força, além do uso abusivo de fake news desrespeitando as determinações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e da religião, sobretudo, da igreja evangélica, para tentar evitar que Lula fosse eleito pela terceira vez presidente da República. Não fosse isso a diferença a favor do petista teria sido muito maior.

Cito mais uma vez Bernardo Mello Franco: a eleição de Lula para o terceiro mandato, um feito inédito na história do Brasil, “representa mais uma volta por cima numa trajetória marcada por dramas e superação”.

Foto reproduzida da Internet

Share Button

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com