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Política

`Pegar e matar´: ex-diretor de jornal descreve em julgamento como `enterrava´ histórias ruins para Trump

Está no g1

O ex-diretor do jornal sensacionalista “National Enquirer” David Pecker testemunhou nesta terça-feira (23) no julgamento de Donald Trump e descreveu como a publicação foi um braço da campanha presidencial de 2016.

Segundo Pecker, o jornal tinha a prática de “pegar e matar” histórias que poderiam ser danosas para o empresário nas eleições em que Trump derrotou Hillary Clinton e se tornou presidente.

Esse é o primeiro julgamento criminal de um presidente dos Estados Unidos. Trump é acusado de fraude eleitoral nas eleições de 2016 ao tentar esconder do público os encontros sexuais que ele supostamente teve com a atriz pornô Stormy Daniels (leia mais abaixo).

David Pecker, o ex-diretor do tabloide, afirmou que usava o jornal “National Enquirer” para suprimir histórias que poderiam atrapalhar a campanha eleitoral de Trump. Ele afirmou que o jornal pagou duas pessoas que estavam oferecendo histórias sobre casos sexuais de Trump, mas nunca publicou as reportagens –essa prática é conhecida como “pegar e matar”.

“Quando alguém está concorrendo a um cargo como esse (o de presidente), é muito comum que mulheres liguem para uma publicação como o ‘National Enquirer’ para tentar vender suas histórias”, disse Pecker na corte.

A decisão para “enterrar” histórias ruins para o político foi tomada depois de um encontro, em 2015, no qual Pecker disse a Trump que o jornal iria ajudá-lo de duas formas:

  • Publicaria histórias favoráveis a Trump.
  • Ficaria atento a pessoas que pudessem prejudicá-lo.

Ex-modelo da Playboy

Pecker disse que o “National Enquirer” pagou a ex-modelo da Playboy Karen McDougal, que afirmava que teve uma relação com Trump entre 2006 e 2007.

O ex-diretor do jornal disse que “comprou” a história depois que o próprio Trump se recusou a pagar o dinheiro para a ex-modelo (o ex-presidente nega que teve um caso com ela).

Segundo Pecker, na época, Trump disse que “sempre que se faz algo assim, acaba saindo”.

A empresa que controla o jornal, a American Media, disse em 2018 que desembolsou US$ 150 mil pela história.

Porteiro da Trump Tower

O jornal também pagou US$ 30 mil para uma história oferecida por Dino Sajudin, um porteiro da Trump Tower. Segundo ele, Trump teve um filho fora do casamento com uma empregada doméstica. Pecker disse que, no fim das contas, a história não era verdadeira.

O ex-diretor também afirmou que os valores desses dois pagamentos foram muito mais altos do que o “National Enquirer” costumava pagar.

“Eu tomei a decisão de comprar a história por causa do constrangimento em potencial que teria na campanha e para o senhor Trump”, disse Pecker no tribunal.

Pecker deve voltar a testemunhar na quinta-feira.

Para os promotores, a ocultação dessas histórias de relações extraconjugais durante as eleições de 2016, quando Trump já foi acusado de mau comportamento sexual, ajudaram Trump a enganar os eleitores.

Atriz pornô

Este é o primeiro julgamento criminal em que um ex-presidente dos EUA é réu. Para a promotoria, Trump falsificou registros comerciais para encobrir um pagamento de US$ 130 mil à estrela pornô Stormy Daniels em 2016 para manter em segredo um encontro sexual que ela afirma terem tido 10 anos antes. Trump se declarou inocente e nega que o encontro tenha ocorrido.

O promotor Matthew Colangelo afirma que houve uma “conspiração planejada, coordenada e de longa duração para influenciar as eleições de 2016, para ajudar Trump a ser eleito por meio de despesas ilegais para silenciar pessoas que tinham algo ruim a dizer sobre seu comportamento. Foi fraude eleitoral, pura e simples”.

Trump afirmou que esses pagamentos foram pessoais e não violam nenhuma lei.

Processo criminal

Na segunda-feira, o júri, composto por 12 pessoas, começou a ouvir os argumentos dos promotores que apresentaram a denúncia contra Trump, que foi ao tribunal para participar da sessão.

Os promotores descreveram o pagamento de Trump à Stormy Daniels como um esquema criminoso para enganar os eleitores em um momento em que Trump enfrentava outras acusações de mau comportamento sexual.

Colangelo disse ao júri que eles ouviriam Trump discutindo os detalhes do esquema em conversas gravadas e veriam um extenso rastro de papel para apoiar o testemunho das testemunhas.

O advogado de Trump disse ao júri que o ex-presidente não cometeu nenhum crime e disse que o promotor do distrito de Manhattan, Alvin Bragg, não deveria ter trazido o caso.

“Não há nada de errado em tentar influenciar uma eleição. É chamado de democracia. Eles colocaram algo sinistro nesta ideia, como se fosse um crime”, disse o advogado de Trump, Todd Blanche.

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Foto reproduzida da Internet

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