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por Carlos Alberto Barbosa

Me causa espanto quando vejo deputados de pelejas antigas, muitos dos quais médicos por formação, criticar a saúde pública no Rio Grande do Norte. É fato que o setor atravessa uma crise de ordem financeira, e todos estão carecas de saber. No entanto são incapazes de fazer uma auto-crítica. Aliás, já falei sobre isso em outra oportunidade, mas não custa refrescar a memória dos nossos “nobres deputados”.

Reporto-me a uma proposta do ex-secretário estadual de Saúde, Ricardo Lagreca, que quando gestor levou à Assembleia Legislativa uma proposição aos parlamentares para que fosse criado um Fundo para a Saúde. Lagreca conversou com todos os 24 deputados com assento na Casa, à época, sobre o assunto.

O projeto consiste na criação de um fundo único estadual para a captação de emendas parlamentares para a saúde, o que alguns dos deputados se comprometeram e outros fizeram ouvido de mercador. Isso foi em maio de 2015, portanto, há quatro anos. Ricardo Lagreca saiu do governo e nunca mais se falou no assunto.

Ao final desta reunião ficou a expectativa de que fosse marcada uma audiência pública para que as questões da saúde e proposições apresentadas no tal encontro, fossem discutidas novamente e de forma mais ampla. Mas nunca ocorreu.

Está aí um novo momento para se colocar em pauta a criação do Fundo de Saúde. Ao invés dos “nobres deputados” criticarem a saúde pública no Plenário para ter visibilidade na telinha da TV Assembleia, e na mídia, porque não colocar em pauta a criação de um fundo específico destinado ao setor? Os eleitores e usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) agradecem.

Em tempo:

Perguntas que se fazem pertinentes ao “nobres deputados”:

1-Sabem os “nobres deputados” quanto custa manter um hospital? E no Rio Grande do Norte são 23 hospitais regionais mantidos pela rede pública estadual

2-Sabem os “nobres deputados” quanto custa comprar medicamentos e manter os estoques em dia?

3-Sabem os “nobres deputados” quanto custa a compra de gêneros alimentícios para estes hospitais?

4-Sabem os “nobres deputados” quanto custa a Saúde Pública cumprir medidas judiciais?

5-Sabem os “nobres deputados” quanto custa manter equipamentos funcionando em perfeito estado caso de Raio-X e tomógrafos, todos importados, por exemplo?

E por aí vai. Portanto, antes de criticar a saúde pública procurem se informar melhor sobre o custo que é manter o SUS. E mais uma vez repito: criem o Fundo de Saúde se querem mesmo contribuir para a melhoria do setor.

Tenho dito!

Foto reproduzida da Internet