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Rogério Marinho é contra o fim da PPI na Petrobras e classifica como `projeto de poder´ e `ideologia petista´. E o que dizer do `tratoraço´ , nobre senador?

por Carlos Alberto Barbosa

O senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro, criticou no plenário do Senado o fim da Política de Paridade de Preços de Importação (PPI), anunciado pelo presidente da estatal, ex-senador Jean Paul Prates (PT-RN), taxando como “projeto de poder” e “ideologia petista “. Há de se perguntar: e o “tratoraço”, senador, promovido pelo governo de ultradireita para beneficiar parlamentares governistas na época? Não seria um projeto de poder e de ideologia barata?

A título de lembrança, o “tratoraço” recebeu verbas públicas destinadas por 30 parlamentares da base governista. O Ministério do Desenvolvimento Regional, comandado à época por Rogério Marinho, celebrou 74 convênios classificados pela Controladoria Geral da União (CGU), em relatório de auditoria divulgado à imprensa, como tendo “risco alto ou extremo” de sobrepreço.

O relatório da CGU foi feito após o Estadão revelar que o ministério comandado por Rogério Marinho foi o destino de R$ 3 bilhões em emendas de relator-geral e parte desse dinheiro foi para dezenas de convênios com indícios de irregularidades. Com base no relatório, a CGU notificou prefeituras apontando “suspeita de superfaturamento” nesses convênios para compra de maquinários.

O cálculo do preço de referência feito pela CGU levou em conta o que os demais órgãos públicos usaram para aquisição de equipamentos semelhantes. Os convênios do Desenvolvimento Regional com prefeituras, por sua vez, tiveram como base propostas apresentadas por empresas, o que, na avaliação da Controladoria, deu margem para riscos de sobrepreço.

O resto todo mundo já sabe, né, não precisa desenhar, até porque o resultado das eleições, por si só, explica tudo.

Agora vem Rogério Marinho classificar como “projeto de poder” e “ideologia petista”, o fim da política de paridade de importação, que determina o preço dos combustíveis com base na cotação do dólar e do petróleo no exterior. O que incomoda o “nobre senador” é o impacto na inflação e em preços na bomba com o fim da política de paridade da Petrobras, como sinalizam especialistas no assunto.

O próprio Prates disse que o objetivo é favorecer o mercado interno com fim da paridade de preços, ressaltando que o fim da paridade na importação não significa que a cotação internacional do petróleo deixará de ser referência na política de preços da estatal. Segundo ele, os preços locais não ficarão desancorados em relação aos internacionais. Trocando em miúdos, significa que, se o preço do barril do petróleo estiver alto no cenário externo, isso será refletido nos preços brasileiros, mas mais suavemente. A ideia é mitigar a volatilidade internacional, sem perder de vista a referência dos preços.

Mas, o “nobre senador” Rogério Marinho, no entanto, classifica isso como “projeto de poder” e “ideologia petista”. E o que dizer do “tratoraço”, senador?

Foto: Agência Brasil/EBC


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