Política

Secretários de saúde citam alta de mortes e dizem que não é hora de discutir redução do isolamento social

Está no G1

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) divulgaram nesta quarta-feira (13) uma nota conjunta afirmando que acham o momento inoportuno para a pactuação e publicação das diretrizes sobre distanciamento social.

“Especialmente por estarmos, neste momento, em franco crescimento diário do número de casos e de óbitos pela Covid-19”, diz a nota.

Ministério da Saúde tinha agendado para esta quarta-feira a apresentação dos detalhes das diretrizes sobre distanciamento mostradas como uma prévia na segunda-feira (11).

Os conselhos informaram ainda que fizeram um “apelo” ao ministro da saúde, NelsonTeich, para que o gabinete de crise seja “imediatamente recomposto” e que a gestão tripartite (governo federal, estados e municípios) da emergência em saúde pública seja “retomada e fortalecida”.

Os conselhos dizem que a “mensagem sobre o isolamento social deve ser clara e objetiva. Gerar dúvidas na sociedade sobre sua importância ou mesmo relativizá-la nos parece inadequado”.

“Este é o momento de salvar vidas. Precisamos de um único consenso agora: a saúde e a vida das pessoas não pode esperar. União, estados e municípios devem somar esforços no enfrentamento da pandemia, para o bem de todos os brasileiros”, afirmou Alberto Beltrame, presidente do Conass.

Anúncio adiado

O anúncio das diretrizes para a saída do isolamento que seria feito nesta quarta-feira foi adiado quando faltavam sete minutos para o início da apresentação. De acordo com o governo, o motivo foi o fato de a reunião com os conselhos estaduais e municipais de saúde não ter terminado com um consenso sobre o tema.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que desde o último sábado (9), “a estratégia tem sido debatida com os conselhos dos secretários de saúde estaduais e municipais, o Conass e o Conasems”.

“O objetivo era ter um plano construído em consenso. No entanto, esse entendimento não foi obtido nas reuniões conduzidas até o momento”, diz a nota.

Cloroquina e crítica de Bolsonaro

O cancelamento da coletiva ocorre no dia em que o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a cloroquina e pediu ministros ‘afinados’ com ele. Teich escreveu em sua conta no Twitter na terça-feira (12) que o medicamento apresenta efeitos colaterais e que a prescrição deve ser feita em comum acordo entre paciente e médico. Um dos principais efeitos colaterais do remédio são complicações cardíacas.

“Todos os ministros são indicações políticas minhas e quando eu converso com os ministros eu quero eficácia na ponta. Nesse caso, não é gostar ou não do ministro Teich, é o que está acontecendo”, disse Bolsonaro.

Debate das diretrizes com os conselhos

Na última segunda-feira (11) o ministro da Saúde, Nelson Teich, divulgou uma prévia das diretrizes que devem orientar estados e municípios em suas decisões sobre medidas de isolamento social contra o novo coronavírus.

“A gente vai estar sempre junto. Isso é um trabalho das três esferas, tanto nas ações, quanto do planejamento. Na quarta, vamos apresentar de forma mais detalhada”. – Nelson Teich, ministro da Saúde

O primeiro ponto das diretrizes é a “Avaliação de Riscos Quantitativa”, na qual o ministério lista 5 eixos que devem ser avaliados. A situação em cada um deles leva a uma pontuação que vai indicar a “definição dos níveis de distanciamento” e as “medidas a serem tomadas”.

Share Button

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com