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Sociólogo valenciano vê atuação da torcida Yomus, de ideologia fascista, nas ofensas racistas contra Vini Jr.

Está no Blog da Sandra Cohen, no g1

Estudioso de movimentos de extrema direita, o sociólogo valenciano Vicent Flor vê claramente a atuação da torcida Yomus, de ideologia ultradireitista e fascista, nas ofensas racistas proferidas em coro contra o jogador Vini Jr., do Real Madrid, no último domingo (21), no Estádio Mestalla.

“Precisamos de força policial e judiciária contra os racistas. Não há lugar para o racismo, essa minoria fascista precisa ser expulsa do futebol”, resumiu ao Blog da Sandra Cohen o autor do livro “Somos Valencia. Futebol, poder e identidades”.

O Yomus nasceu nos anos 1980 como produto de influência dos campos de extrema direita da Inglaterra. O Valencia e outros clubes espanhóis permitiram a presença desses grupos que pregam a violência, propagam cânticos neonazistas, antissemitas e de extrema direita para animar os torcedores e difundir uma plataforma que canaliza jovens para a política, conforme observa o sociólogo.

“Há também uma influência da extrema direita na polícia espanhola, uma simpatia que facilita a sua atuação.” Dessa forma, Vicent Flor defende como solução que essas torcidas organizadas de extrema direita que promovem o cultivo do racismo, da homofobia e dos crimes de ódio, sejam intimidadas e minadas judicialmente dentro e fora dos estádios de futebol, utilizando-se os mecanismos já previstos pela Constituição espanhola.

Os estádios refletem o que se passa na sociedade, analisa o sociólogo. Ele admite que a imagem do Valencia foi muito prejudicada, mas recusa-se a generalizar o episódio com Vinicius Jr. e criminalizar toda a torcida do clube. “O treinador do Real Madri acusou 40 mil pessoas de entoar um cântico racista, o que é falso. Sabemos onde estão os racistas”, atesta.

Em quatro décadas de existência, o grupo Yomus se notabilizou por atos violentos e agressões a torcedores que não professam a mesma ideologia. Seus integrantes ostentam suásticas tatuadas e símbolos nazistas e associados ao franquismo.

A torcida foi banida em 2019 do estádio Mestalla, após avançar violentamente contra manifestantes de esquerda no dia 9 de outubro, quando o Dia da Comunidade de Valencia é comemorado. Porém reapareceu, em janeiro passado, com nova roupagem, marcando presença na arquibancada, atrás do gol do setor norte do Mestalla, onde teriam começado as ofensas contra Vini Jr.

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