Editorial

Tal qual Mandela, Lula é sim um preso político

Podem discordar do que vou dizer, podem até afirmar que estou exagerando nas minhas defesas a Lula, mas reafirmo o que venho dizendo: Lula é sim um preso político, tal qual Nelson Mandela foi porque lutou por um ideal de uma sociedade democrática e livre em que todas as pessoas vivessem em harmonia com oportunidades iguais.

Afirmo isso com base em fatos concretos. Senão vejamos: no dia 24 de abril o site da revista Época publicou uma entrevista com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que declarou de forma enfática que Lula só deixará a cadeia quando se declarar fora do páreo presidencial.

“Nas conversas, Mendes tem dito que as possibilidades de o ex-presidente deixar a cadeia só vão melhorar quando ele se declarar fora do páreo presidencial. Com Lula fora da eleição, prevê Mendes, é possível que a pena do ex-presidente seja diminuída pelo Supremo”, diz um trecho da entrevista embutido nas entrelinhas do texto.

Detalhe: as declarações de Gilmar Mendes não tiveram nenhuma repercussão na imprensa golpista.

Não só isso. Mendes no início de abril declarou à imprensa portuguesa que “a prisão de Lula é absurda, fruto do autoritarismo desse punitivismo processual hoje em voga no país.” O magistrado destacou que “os recursos [de Lula no TRF-4] ainda não se esgotaram e já se precipita a prisão!”

Ainda em Lisboa Mendes afirmou que a prisão de Lula “mancha a imagem do Brasil” e alertou: “Se alguém torce para prisão de A, precisa lembrar que depois vêm B e C”.

Gilmar Mendes também declarou a revista Exame, no início de maio, que não vê “possibilidades de que possa prosperar no Supremo Tribunal Federal um recurso que habilite Lula para disputar as eleições.” O ministro, no entanto, apontou que Lula pode deixar a prisão antes das eleições. “Um magistrado do Supremo pode conceder habeas corpus caso considere que alguém sofre uma injustiça.”

Digamos que Gilmar Mendes conhece muito bem as entranhas do Supremo para fazer tais declarações. Não diria o que disse se não soubesse o que se conversa sob a proteção da toga.
Na semana passada o mesmo Gilmar Mendes disse que pretende visitar o ex-presidente Lula para fazer uma entrevista, segundo informou a colunista Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo. De acordo com a jornalista, Mendes está coletando pessoalmente depoimentos daqueles congressistas que foram constituintes em 1988. Os depoimentos históricos fazem parte de um projeto do IDP (Instituto Brasiliense de Direito) e da FGV sobre os 30 anos da Constituição.
Está claro e óbviamente que Mendes se tiver oportunidade de conversar com Lula, deverá convencê-lo a demover da ideia de concorrer novamente à Presidência da República, sob pena, na sua ótica, de continuar preso.
Lula já disse que não desistirá de ser candidato várias vezes:
Se eu desistir da campanha, de certa forma estou reconhecendo que tenho culpa. Nunca farei isso. Vou até o fim”, disse o ex-presidente.
Outro fato que corrobora o que estou dizendo, ou seja, que Lula é preso político e só foi preso para não ter condições de sair candidato novamente à Presidência da República, porque a direita teme ele vencer novamente, foi a decisão de Moro com relação a Renato Duque e Léo Pinheiro.
O juiz Sérgio Moro condenou Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, por corrupção passiva, bem como o e ex-presidente da empresa OAS, José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, por corrupção ativa. O despacho foi assinado no ultimo dia 13.

O processo é referente à 31ª fase da Lava Jato, denominada Operação Abismo. Segundo a denúncia, um consórcio integrado pela OAS e outras empreiteiras pagou R$ 39 milhões em propina, entre 2007 e 2012, para fraudar e superfaturar a licitação de construção do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, da Petrobras.

O que isso tem a ver com o triplex do Guarujá. Nada!

Mas tanto Renato Duque como Léo Pinheiro foram beneficiados pela delação premiada. Sabe quais suas penas?

A pena de Duque foi de dois anos e oito meses em regime semiaberto, enquanto a de Léo Pinheiro foi estabelecida em dois anos e seis meses em regime aberto.

Sabem a senha da delação para diminuir a pena, como bem disse o ex-presidente ao juiz Sérgio Moro? o nome Lula!

Alguma dúvida cara pálida ou quer que desenhe?

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

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