Editorial

Um governo de farsas

O governo do presidente Jair Bolsonaro é um governo que tenta acobertar a realidade. Um governo de farsas, diria, a começar por sua eleição. Bolsonaro quer e determina seus auxiliares a esconder a realidade sobre o país. Não obstante os arroubos anti-republicanos do presidente dia sim outro sim, o governante de ultra-direita quer porque quer esconder o desastre de sua gestão ainda oito meses incompletos.

Vejamos: na semana passada o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, que denunciou ao mundo dados que mostram alta do desmatamento da Amazônia, foi exonerado do cargo.

Desde que Bolsonaro assumiu em janeiro, os pesquisadores do Brasil tem enfrentado cortes de financiamentos e repetidas tentativas dessa administração em retroceder nas leis de proteção ao meio ambiente e às populações Indígenas. Funcionários do governo impediram a comunicação de um relatório ministerial sobre uso de drogas no Brasil. E eles tem questionado outros trabalhos feitos por cientistas das instituições públicas, incluindo, mais recentemente, o relatório de desmatamento feito por uma Agência Nacional estatal. O presidente dessa instituição foi, então, exonerado, relata em artigo a publicação internacional científica Nature.

Alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos ( CEMDP) teve quatro de seus integrantes trocados na quinta-feira, 1º de agosto. Em decreto publicado no Diário Oficial da União, assinado também pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, o governo designou para presidente da comissão Marco Vinícius Pereira de Carvalho.

Bolsonaro quer esconder a verdade sobre a ditadura militar do qual fez parte.

Com medo da verdade, o governo Bolsonaro editou portaria que prevê regras para proibir a entrada de pessoas no Brasil que tenham “praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal”. Isso, com o claro objetivo de prejudicar o jornalista americano do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, que reside no Brasil e vem publicando diálogos poucos republicanos entre o então juiz federal, Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, e membros da Força Tarefa da Lava Jato.

Em nota, Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) afirmou entender que a portaria “tem desvio de finalidade” e “promove intimidação” uma vez que a medida foi publicada na mesma semana em que a Polícia Federal prendeu quatro suspeitos de envolvimento na invasão de celulares de autoridades.

Durante visita á Israel, mês passado, Bolsonaro criticou o método usado pelo IBGE para apurar a taxa de desemprego no Brasil. “Com todo respeito ao IBGE, essa metodologia, em que pese ser aplicada em outros países, não é a mais correta”, declarou à imprensa.

O instituto defendeu a metodologia que utiliza para aferir a taxa de desemprego no país. Segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), 13,1 milhões de pessoas estavam desempregadas no trimestre encerrado em fevereiro. “A metodologia adotada segue as recomendações dos organismos internacionais, em especial a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com o intuito de garantir a comparabilidade com outros países”, informou o IBGE, em nota.


Um detalhe importante a ser observado: a política recessiva adotada pelo governo Jair Bolsonaro fez com que o número de famílias endividadas alcançasse o maior patamar em três anos, segundo dados do Banco Central. De acordo com o levantamento, a taxa de endividamento em relação à renda acumulada em 12 meses chegou a 44,04%, maior nível desde abril de 2016 (44,2%). Uma outra pesquisa, feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), aponta que 64,1% das famílias brasileiras estavam endividadas em julho, maior percentual desde maio de 2013 (64,3%).

Será que o presidente Jair Bolsonaro vai mandar demitir o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que divulgou os dados sobre o endividamento das famílias ou o ministro Paulo Guedes?

A conferir!

Foto reproduzida da Internet

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