Editorial

`Vendas de carros e de apartamento´ movimentam Bolsogate

Primeiro foi Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, que disse em dezembro numa entrevista ao SBT que parte do R$ 1,2 milhão que movimentou vem de negócios como compra e venda de carros.

Agora, Flávio Bolsonaro diz que depósitos fracionados são dinheiro vivo recebido em venda de apartamento. O senador eleito pelo PSL-RJ afirmou também, em entrevistas à Rede Record e à RedeTV!, que o pagamento de R$ 1 milhão de um título bancário da Caixa se refere a esse imóvel. Relatório do Coaf aponta movimentações atípicas em sua conta. Interessante é que os canais de televisão onde as entrevistas foram dadas são da simpatia da família Bolsonaro.

No sábado (19), o Jornal Nacional mostrou que, em relatório sobre movimentações atípicas de Flávio Bolsonaro, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) destacou o pagamento no valor de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa. O Coaf não identificou o favorecido, nem a data, e nenhum outro detalhe.

Nas entrevistas deste domingo, Flávio Bolsonaro disse que a Caixa quitou a dívida dele com a construtora e que ele passou, então, a dever à Caixa. Disse ainda que vendeu o mesmo imóvel logo depois e que recebeu parte do valor em dinheiro vivo.

Flávio Bolsonaro alega que depositou o dinheiro na conta dele, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em 48 envelopes de R$ 2 mil, porque era o local onde ele trabalhava e que o valor era o limite para cada depósito no caixa automático.

Ao senador, não foi perguntado, e por isso ele não respondeu, por que optou por fazer 48 depósitos de R$ 2 mil, com diferença de minutos em cada operação, em vez de depositar a totalidade do que recebeu em espécie de uma vez só na agência bancária em que tem conta.

Na semana passada, a Polícia Federal do ex-juiz e ministro  Sergio Moro ao invés de vazou velhas mentiras do ex-ministro Antônio Palocci, ao invés de cobrar explicações da família Bolsonaro.

Em nota a direção nacional do PT afirmou:

“O vazamento ilegal (mais um) de depoimento de Antônio Palocci, com falsas acusações ao PT e aos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, mostra que a Polícia Federal, sob o comando de Sérgio Moro, está totalmente a serviço da guerra de Jair Bolsonaro com o PT”.

E continua:

“O vazamento das mentiras ocorre no dia em que o país cobra explicações à Polícia Federal, ao Ministério Público, ao Ministro da Justiça, ao ministro Luiz Fux, do STF, e à Presidência da República, sobre a milionária movimentação financeira envolvendo a família de Jair Bolsonaro e seu motorista, o ex-assessor legislativo Fabrício Queiroz”.

E completa:

“Em busca de escapar da prisão e recuperar sua fortuna – a respeito da qual a Lava Jato jamais o investigou – Palocci envolveu dois de seus motoristas em suas mentiras. Ocorre que nenhum desses trabalhadores comprovou a mentira do ex-chefe, sobre supostas entregas de dinheiro.

Bem diferente do ex-motorista Queiroz, que movimentou 1,2 milhão em um ano, incluindo um cheque de R$ 24 mil para a mulher de Jair Bolsonaro. E isso está comprovado em relatório do Coaf, diferentemente das caixinhas e envelopes cujo conteúdo os ex-motoristas de Palocci não confirmam.

Sergio Moro tem a obrigação de explicar o vazamento de uma delação falaciosa de Palocci, que ele mesmo recusou quando era juiz da Lava Jato.

O que a sociedade brasileira exige hoje não são os fuxicos de Palocci, mas um esclarecimento sobre os desvios, intrigas e disputas no condomínio de Bolsonaro.”

Em tempo: não deixe de ler também, caro leitor, um pequeno resumo sobre o Bolsogate clicando aqui

Foto reproduzida da Internet

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