Economia, Política

Venezuela deve usar petróleo e energia para pagar dívida com o Brasil, diz Mercadante

Está na Agência Reuters

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse na segunda-feira (5) que a Venezuela não tem como pagar em divisas o passivo com o governo brasileiro e a tendência seria a quitação em energia elétrica e petróleo.

Segundo Mercadante, os passivos com o BNDES foram quase que integralmente cobertos pela Fundo de Garantia à Exportação, restando uma pequena parcela. O banco informou que a Venezuela recebeu em contratos de apoio à exportação de serviços de engenharia 1,5 bilhão de dólares, sendo que 40 milhões estão em atraso e serão indenizados pelo FGE. O saldo devedor é de 84 milhões de dólares.

Já foram indenizadas pelo FGE 682 milhões de dólares em prestações em atraso.

“Um país não quebra, ele atrasa. O Brasil já fez moratória da dívida externa. A Venezuela disse publicamente a disposição de retomar o pagamento, a negociação é diretamente com a Fazenda por conta do Fundo de Garantia à Exportação“, disse Mercadante a jornalistas em evento no banco.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na semana passada que o governo federal criará um grupo de trabalho para consolidar a dívida da Venezuela com o Brasil.

A partir desse diagnóstico, será organizada a programação para o pagamento dos débitos.

O presidente do BNDES destacou o crescimento da economia da Venezuela em 2022, num sinal de que o país poderá encontrar formas de quitar o passivo.

Entre as alternativas estaria o pagamento por meio de petróleo e energia elétrica venezuelanos.

“Eles não têm dólares disponíveis, as reservas cambiais foram apreendidas”, disse.

No ano passado, a economia venezuelana cresceu 6%, depois de cair 75% em seis anos.

“É impossível esperar que um país nessa condição de bloqueio econômico e crise do petróleo pudesse honrar esses compromissos“, disse Mercadante. “Energia pode ser considerada como pagamento“, acrescentou.

O BNDES financiou nos governos do PT a exportação de serviços de engenharia de empresas brasileiras no exterior. O país onde era executada a obra se responsabilizava pelos financiamentos. Em caso de não pagamento, o FGE era acionado para cobrir o passivo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na última semana com o líder da Venezuela, Nicolás Maduro, em sua primeira visita ao Brasil desde 2015, e o passivo do país vizinho esteve na mesa de discussões. Ao fim do encontro, Maduro também mencionou a criação da comissão para estabelecer o tamanho da dívida, permitindo a retomada dos pagamentos.

Foto reproduzida da Internet

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