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Álvaro Dias faz proselitismo político com medicamento sem comprovação de eficácia no tratamento da Covid-19

por Carlos Alberto Barbosa

Sem nenhuma comprovação científica sobre sua eficácia no combate a Covid-19, o prefeito de Natal, Álvaro Dias, que é candidato a reeleição, de forma equivocada usou uma entrevista de televisão para difundir o medicamento ivermectina como forma de tratamento e até prevenção ao coronavírus, quando a própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já alertou sobre a não eficácia do medicamento no tratamento da doença.

“Não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desse medicamento para o tratamento da covid-19”, disse a Anvisa, em Nota, divulgada no último dia 10. Além disso, a agência reforçou que “o uso de medicamentos sem orientação médica e sem provas de que realmente estão indicados para determinada doença traz uma série de riscos à saúde”.

Para o prefeito de Natal, se a experiência in vitro – fase de experiência em laboratório – do medicamento deu certo, dará certo em humano. Como médico, Álvaro Dias deveria saber que são duas coisas distintas, e jamais poderia ir a um canal de televisão afirmar que a redução na ocupação de leitos era resultado do uso da ivermectina por parte da população de Natal.

Isso é no mínimo um oportunismo político, tendo em vista que o prefeito de Natal, Álvaro Dias, em menos de 24 horas, após a governadora Fátima Bezerra dizer em coletiva que ” o Rio Grande do Norte conseguiu reduzir a taxa geral de ocupação de leitos críticos para menos de 80% e manter a taxa de transmissibilidade abaixo de 1″, foi a televisão dizer inverdades. Pura coincidência, não, caro leitor?

Na própria coletiva da governadora foi lembrado que a taxa geral de ocupação de leitos no Rio Grande do Norte chegou a 78,60%. A região Oeste registrava o maior percentual (94%), seguida da região Metropolitana de Natal (81%), Seridó (73%), Mato Grande (71%) e Pau dos Ferros (50%). Os casos confirmados somavam 39.598, enquanto há 52.274 suspeitos, 62.000 descartados, 1.399 óbitos confirmados (4 nas últimas 24 horas) e 187 óbitos em investigação.

No entanto, o secretário-adjunto da Saúde, Petrônio Spinelli, alertou pra o fato de que “os números mostram o esforço do governo em abrir leitos, algo muito intenso nos últimos dias, particularmente na região metropolitana de Natal. Sabemos o risco que teríamos para a população se não abríssemos leitos para assistir as pessoas em todas as regiões. São boas notícias, mas temos ainda 669 pessoas internadas com Covid em todo o estado, sendo 340 pessoas em leitos críticos. É preciso usar máscara, manter distanciamento e só sair quando necessário. Isso é tarefa de todos. Se não soubermos enfrentar esse momento e não tomar todos os cuidados, poderemos voltar a ter notícias negativas novamente”.

O prefeito Álvaro Dias precisa entender, até como médico, que a saúde das pessoas não pode servir de moeda eleitoral. Enganar a sociedade em troca de votos dizendo que a redução na ocupação de leitos era resultado do uso da ivermectina por parte da população de Natal, é uma mentira descabida e deslavada e com toda certeza o seu secretário de Saúde, George Antunes, a quem conheço, não compactua com o que o prefeito disse.

Aliás, o prefeito Álvaro Dias deveria está preocupado era com a sindicância que o secretário mandou instalar para apurar as denúncias em um grupo de WattSapp, formado por médicos e enfermeiros do Hospital de Campanha de Natal, onde foram denunciados óbitos por negligência no atendimento médico, conforme denunciou o jornalista Dinarte Assunção em seu blog Clique aqui para conferir. Ou com o Ministério Público, que segundo o Conselho Municipal de Saúde apura também o caso.

A conferir!

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