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Artigo

Bolsonaro tem pressa de ser preso

por Eduardo Guimarães, no Brasil 247

“Ah, isso já está ficando chato, não prendem nunca. Só fica na promessa, isso não vai dar em nada”. 

Acima, o comentário padrão que você vê nas redes toda vez que sai uma notícia sobre o próximo passo da persecução penal do Sistema de Justiça contra Jair Bolsonaro pelos seguintes crimes: 

1 – organização criminosa (art. 1º, § 1º, da Lei 12.850/13); lavagem de dinheiro (art. 1º, da Lei 9.613/98); 

2 – abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art.359-L do Código Penal); 

3 – golpe de Estado (artigo 359-M do Código Penal);

4 – associação criminosa (art. 288 do Código Penal); 

5 – falsidade ideológica (art.299 do Código Penal) e inserção de dados falsos em sistema de informações (art. 313-A do Código Penal). 

A internet exacerbou ao impensável e vulgarizou ao lamentável a ocorrência de um fenômeno que só ocorria muito raramente: o nefasto “efeito manada”. 

O efeito manada é um fenômeno da psicologia social que descreve a tendência das pessoas a seguirem o comportamento e as opiniões da maioria. Os afetados por esse efeito recitam frases feitas com variações mínimas e com entonação e contextualização idênticos. 

Costumo contar – e às vezes até acerto – a quantidade de reações que uma reportagem ou artigo de minha lavra irá provocar e que reproduzirá alguma ideia pronta sobre aquele tema. 

Sobre a punição de Bolsonaro pela enormidade de crimes que cometeu, a grande maioria dos comentários do público ignora o devido processo legal. Falam da demora, mas esquecem que o país tinha um cargo-chave, vital em processos de responsabilização penal, ocupado por um bolsonarista

A Procuradoria Geral da República é o ponto crucial de julgamentos de pessoas com foro privilegiado. Nesse contexto, o novo PGR assumiu o cargo em dezembro e encontrou um oceano de ações engavetadas pelo antecessor bolsonarista. No quinto mês do ano, porém, já está pronto o cronograma da primeira  denúncia contra o ex-presidente.

Assim como o público, Bolsonaro estica a corda e desafia o Supremo na esperança de ser preso já, enquanto o apoio a si é forte, o que resultaria em óbices à manutenção dessa prisão. E ele tem pressa porque a tendência é a de esvaziamento desse apoio. 

O processo está começando pelo Rio de Janeiro. A recente manifestação em seu benefício foi bem menor do que esperava. Não foi despresível, 30 mil pessoas não é pouco, mas deveria ser muito maior se comparada com a de São Paulo, que foi grande porque o tema é o risco que o conservadorismo de extrema-direita corre de sofrer no Brasil um golpe mortal da Justiça. 

Outra evidência do esvaziamento do bolsonarismo no seu nascedouro é a candidatura natimorta de Alexandre Ramagem, o grampeador-geral da República de Bolsonaro, a prefeito do Rio. Está 30 pontos atrás de Eduardo Paes…

O diligente Alexandre de Moraes não tem pressa. Quer um processo penal inatacável e irrecorrível. E, na última sexta-feira, a soltura de Mauro Cid, cheia de simbolismo, inaugurou o início do fim da impunidade do Jair. 

Aleluia, irmãos!

* Eduardo Guimarães é responsável pelo Blog da Cidadania

Foto reproduzida da Internet

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