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Editorial

O pluripartidarismo faz mesmo bem a democracia?

Observando os “avanços” do Centrão comandado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o governo Lula (veja matéria clicando aqui), reproduzo aqui no blog um editorial publicado ainda em março de 2012 quando Dilma Ruosseff (PT) era a presidenta da República. O texto cai bem neste momento. Confiram:

-Diante dos acontecimentos dos últimos dias envolvendo o governo Dilma e sua base aliada na briga por cargos e emendas, fico a me perguntar se o pluripartidarismo faz mesmo bem a democracia no Brasil.

A pergunta é pertinente porque entendo que o poder partidário deve fazer o poder público, mas o poder público, de nenhuma forma, deve fazer o poder partidário.

No Brasil, no entanto, a prática, que se pode dizer quase uniforme, tem consistido precisamente no contrário: é o poder público, é o governo que faz, ampara, tonifica, aparelha de recursos o poder partidário, no qual, por sua vez, descansa e confia. É a oligarquia. O partido é organizado em benefício dos que governam. Daí a crise existente hoje no pluripartidarismo.

Não obstante o fisiologismo predomina, ou seja, é a prática do toma lá da cá. A moda é o governo de coalizão, onde vários partidos integram o mesmo governo. Mas essa tão falada coalizão só existe na hora de formar o governo. Depois de composto vem os interesses maiores, muitas vezes pessoais, sobrepondo-se até mesmo ao partido, caso do PMDB agora.

Não seria hora de se repensar o pluripartidarismo no Brasil, onde todos sabemos, a maioria é partido de aluguel e os tradicionais almejam com toda a sanha o poder ou quando menos o toma lá da cá na hora de aprovar projetos em alguns casos de interesse da sociedade?

Tomemos como exemplo recente o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que em meio à rebelião da base aliada no Congresso, desobedeceu o Planalto ao retirar da pauta um projeto que seria sancionado pela presidente Dilma Rousseff na próxima terça-feira. Há de se ressaltar que a proposta em questão é de interesse social, pois que equipara os salários de homens e mulheres que ocupam a mesma função em uma empresa.

O texto, que pune com multa os empregadores que desrespeitarem a regra, foi aprovado nesta semana numa comissão em caráter terminativo e, se não fosse contestado em cinco dias, seria sancionado pela presidente. Mas, a briga por cargos e emendas se sobrepôs ao interesse social.

O pluripartidarismo faz mesmo bem a democracia? Será que num regime bipartidário, caso dos Estados Unidos, isso ocorreria?

Foto reproduzida da Internet

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