Artigo

Político só tem medo do povo nas ruas, já dizia o saudoso deputado Ulysses Guimarães

por Carlos Alberto Barbosa

Mais um escândalo no governo Bolsonaro, o Bolsolão, e nada acontece. Gosto sempre de repetir o saudoso deputado Ulysses Guimarães: Político só tem medo do povo nas ruas. E é verdade!

A pandemia joga a favor do Capitão na medida que não se pode fazer aglomerações e aí as grandes manifestações de rua não acontecem.

Uma teoria conspiratória começa a prosperar, a de que a imunidade de rebanho tem objetivo claro. Ou seja, enquanto o povo não estiver totalmente vacinado zero manifestações de rua, a não ser pontuais. Pela teoria a imunidade de rebanho que tanto Bolsonaro defende, com um simples vermecida a população se protege da Covid-19.

Por outro lado, o Congresso Nacional, sobretudo, a Câmara dos Deputados, tem no seu presidente, Arthur Lira (PP-AL), um fiel aliado do Planalto e está sentado sobre dezenas de pedido de impeachment contra Bolsonaro, mas não vai colocar nenhum em pauta. Já disse isso. Seria preciso uma pressão muito grande do povo, com grandes manifestações, para que um destes pedidos de impedimento do Capitão fosse colocado em pauta. Mas, como isso dificilmente ocorrerá, Lira engaveta todos que chegarem as suas mãos.

Nesta terça-feira o jornal O Globo, em reportagem feita a seis mãos –
jornalistas Natália Portinari, Manoel Ventura e Melissa Duarte – diz que o orçamento paralelo de Jair Bolsonaro, que desviou cerca de R$ 3 bilhões para a compra de apoio parlamentar no Congresso, a partir da aquisição de tratores e máquinas agrícolas superfaturadas, foi feito com base numa taxa de fidelidade nas votações do Congresso.

“Eleito com apoio do Planalto para comandar a Câmara, Arthur Lira participou das negociações para a liberação de recursos para aliados. Presidente do PP, Ciro Nogueira também teve direito a indicar recursos. Somente na Codevasf, estatal controlada pelo Centrão, direcionou R$ 30 milhões para sua base”, diz a reportagem.

Portanto, repito o que disse no início deste artigo, se não houver pressão popular, Bolsonaro continuará fazendo bravatas e o Parlamento continuará fazendo vistas grossas para o desmando do governo. Pensar diferente é utopia. Povo na rua com uma eleição pela frente resolveria isso. Mas, infelizmente, a pandemia não deixa e conspira a favor do Capitão.

Contudo, Bolsonaro tirou carta de seguro. Se cercou de militares, se alinhou ao centrão – embora tenha dito na campanha que não iria usar os métodos da velha política do toma lá da cá -, permitiu uma estrutura dentro do Palácio do Planalto denominado de “Gabinete do Ódio” para disseminar fake news contra a oposição, reatou a aproximação com o PIB de São Paulo, atuou incisivamente para colocar na presidência da Comissão mais importante da Câmara – Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania – a deputada Bia Kicis (PSL-DF), uma das suas mais fiéis escudeiras, que trabalha no sentido de aprovar uma PEC que retorna o voto impresso nas eleições brasileiras, assunto do maior interesse do Planalto, e usa e abusa do populismo produzindo lives todas as quintas-feiras para gerar pautas para a imprensa, que, ainda, lhe dá guarida, e promove encontros todos os dias com apoiadores na frente do Palácio da Alvorada, onde reside.

Essa a receita para se manter no Poder. O resto é conversa pra boi dormir. Como gado tá em moda, a Pátria Mãe gentil dorme em berço esplêndido!

Foto reproduzida da Internet

Em tempo: Veja e ouça o meu comentário sobre o assunto no BB News TV no blogdobarbosa e no Canal Youtube clicando aqui

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