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Tá na hora dos nossos deputados conhecerem as policlínicas de Russas (CE)

por Carlos Alberto Barbosa

A crise de superlotação do maior hospital público do Rio Grande do Norte, Walfredo Gurgel, vivenciada esta semana não pode ser encarada como uma novidade. Nos últimos anos a pauta tem sido a mesma da imprensa, só mudam as personagens. Tá na hora dos nossos deputados conhecerem as policlínicas de Russas no vizinho estado do Ceará para pôr fim na ambulancioterapia.

Não só conhecer o projeto exitoso do Ceará, mas os nossos parlamentares também devem colocar em pauta a votação para aprovação do Projeto de Lei que cria os consórcios interfederativos de saúde, que já deveria ter sido votado e aprovado desde o ano passado e acabar com a retórica do discurso de que a saúde pública tem que melhorar sem fazer nada pra que isso aconteça.

As filas nos corredores do maior hospital público do estado vão continuar se repetindo se nada, absolutamente nada, for feito de concreto para isso acabar definitivamente. E aí não se pode culpar só o governo ou governos, mas o Legislativo e as próprias prefeituras têm sua parcela de culpa. E por que digo isso? Porque o Legislativo, por exemplo, tem em mãos um projeto que pode, se não acabar em definitivo com a crise na saúde pública, amenizar a situação. Já as prefeituras poderiam evitar a vinda para o Walfredo Gurgel das chamadas “ambulâncias brancas”, aquelas que não são reguladas pelo SAMU.

E como fazer isso? Com a criação dos consórcios interfederativos de saúde e instalações de policlínicas regionais. Tenho falado sobre isso vez ou outra neste espaço. E falo porque tive a oportunidade de conhecer a Policlínica de Russas. E aí sugiro os nossos deputados irem conhecer para ter uma ideia melhor de como fazer a saúde no Rio Grande do Norte funcionar de forma efetiva.

O ideal seria a governadora Fátima Bezerra formalizar um convite aos deputados para irem em caravana à Russas, antes mesmo da votação do Projeto de Lei que cria os consórcios. Os parlamentares têm influência sobre suas bases eleitorais e isso é de fundamental importância, porque podem usar o seu poder de convencimento para que os prefeitos possam aderir aos consórcios que seriam instalados nas oito regionais de saúde.

A saúde não tem cor partidária e precisa de socorro. Saúde de qualidade é bom para quem depende do SUS (Sistema Único de Saúde), como para a classe política que jogará fora o discurso retrô de quanto pior melhor. Sobre isso já falei em editorial aqui no Blog. Clique aqui para conferir.

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